(...)
-É incrível não é?-Camila perguntou fazendo menção ao incrível vale, a grande extensão de terra, e vastas plantações de pinheiros que estava a nossa frente. Parecia um quadro. Mas era de verdade.
-Que sortuda você é!Morar numa casa que tem essa visão. -Caio disse.
-É lindo. -Eu pronunciei baixinho e devagar.
-Eu sempre venho aqui, desde pequena, sempre me faz sentir tão bem. É tudo tão pequeno daqui, mesmo você sabendo que tudo isso, são vários e vários metros maiores do que você. Eu me sinto grande. Logo, os meus problemas ficavam pequenos. Pra vocês seria estranho eu dizer que eu consigo sentir Deus especialmente aqui?
-Não seria estranho nem um pouco!-Eu disse sorrindo.
-Aqui é onde eu me encontro, onde eu me recupero.
-Muito obrigado por nos mostrar. -Caio agradeceu.
-De nada. Eu não queria simplesmente dizer “adeus” ou “um dia venham nos visitar”... Ou qualquer outra frase de despedida. Antes eu tinha que fazer vocês acreditarem que vocês realmente foram especiais para mim.
-A gente que agradece nunca uma pessoa que não me conhece foi tão boa pra mim. -Caio disse abraçando ela.
Eles ficaram olhando pra mim, esperando o meu abraço também, mas eu nem olhei para eles, não fazia questão de ver a cena, não queria me despedir. Fixei meus olhos no vale. A brisa fria me arrepiava,eu queria tanto o meu casaco agora.
-Duda!O que houve?-Camila disse cutucando o meu braço.
-Nada, eu acho melhor voltarmos. Você não pode se atrasar para a sua Lua de Mel. -Eu menti. A verdade é que eu não queria sair dali, eu queria poder parar aquele momento, queria abraçá-la também, mas não era forte o suficiente para fazer isso sem chorar, eu é que não queria dizer adeus, ou ficar na incerteza se um dia realmente nós iríamos nos ver de novo.
-Tudo bem. -Ela disse colocando a sua sandália e se levantando juntamente com o Caio. Ambos desconfiados do meu não sentimentalismo.
Alguns segundos, alguns passos e lá estava o agora marido de Camila e o meu tio conversando no mesmo lugar que nós os deixamos,esperando por nós.
-Está tudo bem?-Gustavo disse pegando a mão de Camila.
Ela balançou a cabeça dizendo que estava. Ela olhou para mim e eu desviei o olhar.
-Onde vocês vão passar a Lua de Mel?-Tio Marcos perguntou.
-Surpresa!-Gustavo disse rindo.
-Isso não é justo!Eu tenho que saber. -Ela deu um soco no braço dele.
-Vocês vão acabar se atrasando!-Dona Leia disse perto do carro, que levaria eles para o aeroporto.
-Bom, foi um imenso prazer!Fiquem com Deus guris - Gustavo se despediu de nós passando a mão em nossas cabeças, bagunçando o cabelo do Caio e apertou a mão do meu tio.
-Mais uma vez muito obrigada!E tenham uma ótima Lua de Mel. -Tio Marcos os desejava.
-Até logo. Boa viagem. -Caio disse.
Eu tentava não encarar o fato que eles estavam indo embora encarando as cadeiras brancas vazias no quintal. Eu tentava segurar o choro.
Os dois começaram a andar. Eu fechei os meus olhos.
-Hey!Mas que menina mal educada. Não vai mesmo se despedir de mim?Não vai nem me desejar uma boa Lua de Mel?Eu não mereço nenhum abraço?-Camila voltou para me fazer as perguntas que para todas elas eu queria dizer não. Mas eu estava mentindo para mim mesma. Definitivamente eu não era mal educada, eu só não sabia me despedir. Eu fiquei parada, e logo, logo as lágrimas me traíram. Eu estava chorando.
(...)
Mais?Baixe o livro(no qual eu escrevi) "Uma Nova Estrada".
Carol.
Escreveste mesmo um livro? oO
ResponderExcluirIsso é massa!
Entao, terminei de ler aqui, e conforme o texto se desenvolve fica mais interessante do que no início (talvez pelo meu nome ser Gustavo, ter tido um caso complicado com uma Camila e tudo o mais...)...
ResponderExcluirTo a lhe seguir, tudo bem?
www.gustaffomarra.blogspot.com
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ResponderExcluirMuito bom seu blog adoorei.
te seguindo mim segui tbm . ;)
beijoos
http://raissagessica.blogspot.com/