Um Novo Eu
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
Ode aos 40 º
Acordei ás 9 e alguma coisa da manhã.
Não que eu já estivesse sem sono, mas estava quente demais para continuar na cama.
A água quente que saia da torneira bateu em meu rosto e eu fiz uma careta involuntariamente.
É época de férias,imagina se não fosse?Quem aguentaria estudar o verão inteiro?Pobre trabalhadores,que trabalham nessa época.
Não dá simplesmente vontade de fazer coisa alguma,até ficar deitada no sofá é sufocante.Mas os berros da minha mãe mandando eu fazer alguma coisa bastava para eu levantar daquele sofá quente.
Pra piorar,é horário de verão.Que não ajuda a hora passar.
Muito mais Sol e menos Lua.
Sinceramente, não vejo graça nisso.
É claro que o verão também tem a sua parte boa,ou seja, quando você está numa piscina ou numa praia,tomando sorvete ou afins.
Mas cadê a poesia disso?Cadê o sol que vem pra te esquentar do frio?
Carol.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
A real realidade
Creio eu que conforme a idade vai se avançando os nossos olhos para o mundo real vai se abrindo.
A realidade vai ficando mais "real",mais clara, e mais odiosa como nunca.
Quando eu era criança lembro que tudo o que eu queria eram brinquedos e perturbar meus pais chorando pra lá e pra cá.Eu estava muito contente com qualquer brinquedo barato que fosse novo,e eu estava realmente triste se eu não ganhasse aquele brinquedo que todas crianças tinham.Ganhar roupas intimas e roupas comuns nos meus aniversários, era o fim.
Conforme eu fui crescendo ,as circunstâncias foram mostrando as dificuldades e as chatices do mundo real.
Quando a gente entra na adolescência ,fica toda aquele pequena tristezinha e saudade de quando éramos criança(é claro que tem aqueles que já nascem querendo ser adolescente ...)
Depois quando a gente passa dos 18 anos fica aquela grande saudade inacabável da adolescência.
Me passa toda aquela doce nostalgia quando eu pego uma foto de mim e de mais duas amigonas no auge dos meus 16 anos *-* (Lá vai eu de novo falando da minha inconformada entrada na juventude).
Mas eu não estou aqui pra contar mais uma vez de como eu sinto saudade de uns 3 anos atrás,mas sim como a realidade é mais pesada e difícil de se lidar a cada ano que se passa.
Quando eu era criança eu achava que pra fazer qualquer curso, era só querer, e agora eu vejo que além de querer você tem que ter...ter bastante dinheiro para investir.
Achava também que todos os meus amigos durariam para o resto da minha vida.
Eu pensava que tanta coisa era tão fácil,mas só percebi que não era quando o tempo e a própria vida foram desembaçando os meus olhos.
É tanta coisa que a gente absolve vendo os noticiários, tanta noticia ruim que a gente só se liga quando vai ficando mais velho.Nem lembro que ficava preocupada com as noticias ruins nos jornais quando era mais nova.
Eu ainda tenho muita realidade para descobrir, ainda tem muita coisa que possa me derrubar,ainda tem muita coisa pra estudar, pra conhecer,pra contar.Muita coisa pra desafiar,pra se levantar, pra se dizer bem alto "Não desisto não!".
Por mais que já achamos que que sabemos o que realmente é,estamos errados.
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
Esperança sob escombros
Eu tenho certeza de que você nesses últimos dias já sentou no sofá e assistiu as tristes cenas nos noticiários.
Os carros amassados aparecem incrivelmente em cima dos muros e a vegetação desce morro a baixo invadindo ruas e construções.
O que antes era uma rua asfaltada virou uma espécie de rio com correntezas assustadoras.
Corpos cobertos com sacos pretos no meio de algum lugar que improvisaram para reconhecimento dos mesmos.
Os números de mortos crescem a cada hora.
Os jornalistas tentam vencer o choro.Tentam ser durões o máximo que podem ao entrevistar alguém consumido pela a dor.
Os nossos verdadeiros heróis,chamados de bombeiros,com a ajuda de moradores solidários acabam sendo vitimas e encerram suas vidas tentando resgatar outras.
Por apenas alguns minutos de reportagens podemos ver dor o suficiente por um dia,ver o choro de quem chora por alguém que nunca vai voltar.
Ainda com tanta tristeza a gente ainda tem motivo para se alegrar ao ver as cenas em que moradores resgatam seus vizinhos,em que um menino lindo de 6 meses é passado de mão em mão depois de ser resgatados de baixo de escombros com o seu pai.
Dedico este espaço em meu blog a todos que foram vitimas diretas(aqueles que perderam parentes,amigos ou qualquer outro bem material e moradores da região) ou indiretamente (aqueles que se comoveram com as noticias)dessa catástrofe na bela região serrana do Rio.
Mesmo que pareça impossível, mas que a esperança possa voltar a existir dentro de vocês.
Que Deus olhe para todos.
Com carinho,Carol.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Apenas uma parte
(...)
-É incrível não é?-Camila perguntou fazendo menção ao incrível vale, a grande extensão de terra, e vastas plantações de pinheiros que estava a nossa frente. Parecia um quadro. Mas era de verdade.
-Que sortuda você é!Morar numa casa que tem essa visão. -Caio disse.
-É lindo. -Eu pronunciei baixinho e devagar.
-Eu sempre venho aqui, desde pequena, sempre me faz sentir tão bem. É tudo tão pequeno daqui, mesmo você sabendo que tudo isso, são vários e vários metros maiores do que você. Eu me sinto grande. Logo, os meus problemas ficavam pequenos. Pra vocês seria estranho eu dizer que eu consigo sentir Deus especialmente aqui?
-Não seria estranho nem um pouco!-Eu disse sorrindo.
-Aqui é onde eu me encontro, onde eu me recupero.
-Muito obrigado por nos mostrar. -Caio agradeceu.
-De nada. Eu não queria simplesmente dizer “adeus” ou “um dia venham nos visitar”... Ou qualquer outra frase de despedida. Antes eu tinha que fazer vocês acreditarem que vocês realmente foram especiais para mim.
-A gente que agradece nunca uma pessoa que não me conhece foi tão boa pra mim. -Caio disse abraçando ela.
Eles ficaram olhando pra mim, esperando o meu abraço também, mas eu nem olhei para eles, não fazia questão de ver a cena, não queria me despedir. Fixei meus olhos no vale. A brisa fria me arrepiava,eu queria tanto o meu casaco agora.
-Duda!O que houve?-Camila disse cutucando o meu braço.
-Nada, eu acho melhor voltarmos. Você não pode se atrasar para a sua Lua de Mel. -Eu menti. A verdade é que eu não queria sair dali, eu queria poder parar aquele momento, queria abraçá-la também, mas não era forte o suficiente para fazer isso sem chorar, eu é que não queria dizer adeus, ou ficar na incerteza se um dia realmente nós iríamos nos ver de novo.
-Tudo bem. -Ela disse colocando a sua sandália e se levantando juntamente com o Caio. Ambos desconfiados do meu não sentimentalismo.
Alguns segundos, alguns passos e lá estava o agora marido de Camila e o meu tio conversando no mesmo lugar que nós os deixamos,esperando por nós.
-Está tudo bem?-Gustavo disse pegando a mão de Camila.
Ela balançou a cabeça dizendo que estava. Ela olhou para mim e eu desviei o olhar.
-Onde vocês vão passar a Lua de Mel?-Tio Marcos perguntou.
-Surpresa!-Gustavo disse rindo.
-Isso não é justo!Eu tenho que saber. -Ela deu um soco no braço dele.
-Vocês vão acabar se atrasando!-Dona Leia disse perto do carro, que levaria eles para o aeroporto.
-Bom, foi um imenso prazer!Fiquem com Deus guris - Gustavo se despediu de nós passando a mão em nossas cabeças, bagunçando o cabelo do Caio e apertou a mão do meu tio.
-Mais uma vez muito obrigada!E tenham uma ótima Lua de Mel. -Tio Marcos os desejava.
-Até logo. Boa viagem. -Caio disse.
Eu tentava não encarar o fato que eles estavam indo embora encarando as cadeiras brancas vazias no quintal. Eu tentava segurar o choro.
Os dois começaram a andar. Eu fechei os meus olhos.
-Hey!Mas que menina mal educada. Não vai mesmo se despedir de mim?Não vai nem me desejar uma boa Lua de Mel?Eu não mereço nenhum abraço?-Camila voltou para me fazer as perguntas que para todas elas eu queria dizer não. Mas eu estava mentindo para mim mesma. Definitivamente eu não era mal educada, eu só não sabia me despedir. Eu fiquei parada, e logo, logo as lágrimas me traíram. Eu estava chorando.
(...)
Mais?Baixe o livro(no qual eu escrevi) "Uma Nova Estrada".
Carol.
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
Um Rico Garoto
O garoto arriscava seu inglês tentando vender seus quadros para turistas no calçadão de São Conrado(RJ).
Era um dia quente ,os turistas procuravam desesperadamente por água nos quiosques.Céu azul refletia na água, deixando o mar numa cor linda azulada.Uma linda vista contemplava também quem se arriscava nas asas deltas em cima de nós.
-Excuse me, would you like...
O garoto me confundiu com turistas ao vir me vender os quadros.
-Não sou turista não.-Eu disse rindo para ele, tentando ser simpática, retribuindo a mesma voz que ele me abordou.-To só treinando para ser guia.
Dali surgiu um dos melhores papos da semana.Ele se sentou ao meu lado no banco de concreto de frente para o mar, me mostrou os quadros simpáticos com favelas pintadas nele,onde o garoto morava.
Ele era impressionante,sua maneira de falar, sua simplicidade...Falava inglês (me fez ficar envergonhada pelo o seu sotaque ser melhor que o meu)e arriscava mais 3 línguas.Me disse que tinha conseguido uma bolsa para estudar em uma das melhores escolas de idiomas.Que apenas nas férias e finais de semana vinha para a praia vender os quadros pintados pelo o seu pai, para não atrapalhar seus estudos.Cheio de sonhos e força de vontade,ele estava me provava que as pessoas conseguem ser aquilo que elas querem ser.
Me encheu de alegria quando ele disse que o que ele queria ser quando crescer era Guia de Turismo.E é claro que ele será.
No auge dos seus 12 anos, bem mais sabido que eu com os meus 19.
Nos despedimos com um aperto de mão e ele me dizendo "Espero te ver novamente por aqui.Boa sorte!"
Oro por aquele garoto,para que Deus dê forças para nunca desistir de seus sonhos.Oro pela a favela da rocinha, para que assim como aquele menino outras crianças venham a seguir seu exemplo, ter seus sonhos de verdade, estudar, se esforçar para chegarem onde querem chegar,e nunca se corromperem com crimes ou drogas.
Se todas as crianças fossem como aquele garoto tenho uma "certa certeza" que daqui a uns 20 anos o mundo seria um lugar agradável para se viver.
Carol.
domingo, 2 de janeiro de 2011
Apenas palavras
Pensei em despejar toda a minha ansiedade descontrolada nesse texto,mas não deu certo,meus dentes ainda involuntariamente procuram meus lábios inferiores ,o que me resultará numa ferida.
Whatever.
Eu tento.Eu tento me dizer "No final,tudo vai dar certo" ou "Relaxa e deixa tudo acontecer naturalmente".
Eu tento me convencer disso e até consigo,acredito nessas frases,mas elas ainda não salvam as minhas unhas.
Eu queria escrever sobre tantas coisas hoje,queria contar de como foi o dia,o primeiro dia do ano.Queria contar dos vários sentimentos antagónicos que me percorreram,queria contar sobre o ensaio da banda,o nosso primeiro ensaio do ano.Sobre as gargalhadas com os meus primos,sobre os breve momento de lembranças passadas antes dos fogos anunciarem a chegada de mais um ano.
Mas não consigo detalhar momento algum,não com palavras,não hoje.
A tal da ansiedade bate,e não me deixa inspirada.
Não quero viver com ela,não preciso.
Carol.